domingo, 22 de maio de 2011

só uma vez

tinha que fazer lhe uma pergunta
caminhou e começou falar
sempre se aproximando da orelha - dela
e sua boca as vezes chegava a tocar
o espiral de cartilagem gelado e ela
também estava fria e não lhe respondia

ria, ria e olhava através de seus entrefechados

já em casa começou a pensar em se afastar
começar a fazer outras coisas além de ligar, dar ideia e abraçar

levantou da cama
enquanto o sol lá fora se misturava
com o frio da vida
e a música rolava solta
mais uma vez pensou nela
sentiu o profundo
planejando uma saída
não ligar e tratar com indiferença

será que conseguiria por uma semana ou que seja pra sempre

com a cadência da triste música
começou sentir mesmo a melancolia e já pensou em ligar
só pra contar isso também
mas aguentou firme e já eram 12:36

aliado ao ápice do sol invasor
soltou um solo grave ao ar
e pensou na Deus e naquela
mais uma vez

sábado, 21 de maio de 2011

Poema Horizontal

Sei que podemos
Eu sei que conseguimos ultrapassar
                           [a linha do bloqueio
Não tenho problemas quanto a te ver
Na pele de menina mulher
E minha pele te penetrar
Espionando todos seus mistérios
Te desarmando até os dentes que refulgem
                                    [um sorriso metálico
Pois sei que podemos
E também sei que conseguiremos vencer
                                [correntes do medo
Só preciso de um tempo bom ao seu
                                                   [ladinho
Contornando sua imagem
Arrancando-lhe gargalhadas
Toco em sua face lisamente
Falo em seu ouvido segredos repetidos
Sinto fortemente seu aroma adocicado
E aperto com jeito sua mão
Tudo o que somos é maravilhoso
É o aprazível do real que nos cerca
A forma perfeita para uma inspiração
Que surge incerta, toma vida e se faz poesia                          

domingo, 8 de maio de 2011

Réu dos Prazeres (02/11/08)

Cachos separam-se em plena leveza
Frágeis condutores me levam até suas sobrancelhas
Olhos sinceros na pontinha do nariz
Cor de rosa na boca desta bela bailarina
Toda a escultura desenhada pela arte
Gestos peculiares
Estranha satisfação
Alegria de viver
Sento te tenho
Andamos você é minha
Pra casa
Cada um na sua
Beijos despedidas
Nos veremos
Certeza clara
E quando sozinho
Ainda é feliz
Caminha no caminho
É o que sempre fez
Observa o panorama
Atividade diária
O infinito se esconde
É preciso acha-lo
Réu dos prazeres

Isso é seu!

Esqueço o dia anterior
Agarrando-me ao presente dado pelo Deus
Distanciando-me do que destrói
Parando e pensando dez vezes
Antes de gritar, pular, correr...
Continuo a viver puro, lento, leve, contente e ávido
Pelo bem dos homens de paz
Limpem-se e organizem seus afazeres
Saudem-se ó população do país agraciado
Pois isso é pra vocês!