todas as nossas cantigas evocam uma estação, explodem em banhos melódicos e nos fazem ver parte, quem sabe se uma pequena parte do infinito que nossa própria alma produz.
aquelas raízes dançavam, se misturavam com o balançar das mãos do cozinheiro na panela escura e metalizada pelo tempo.
perdas que ocorrem cotidianamente para conosco e só para nós, passamos por isso e não notamos muitas das vezes os seus propósitos.
enquanto a luz nos invadia suavemente tomávamos conta um do outro. assim quase que imperceptivelmente solto, livre para nos tocarmos como queríamos - libertos de todo conhecimento da existência de outras classes, outros gêneros e tal.
são nestes dias bem cinzas da cidade que sinto-me também bem vivo, ao menos o suficiente para sentar na beirada da cama, ouvir moonlight drive e escrever alguns fragmentos que rolam nesse louco coração.
(r.t)