sexta-feira, 27 de julho de 2012

Realidade Parada

Gosto dos versos que criam
Das mulheres que se envolvem
Destes momentos de jazz e solidão
Daqueles contos que o Vô me contava
De todos recadinhos deixados por minha irmã
Dos conselhos de meu pai
E da saudade que deixou minha mãe

Gosto disso...
Gosto dos, das, destes e daqueles
A realidade parada me alegra

quinta-feira, 26 de julho de 2012

até agora

boca ressecada
dentro de um céu sem telhados
só os caibros que se enfileiram
permitindo a escuridão penetrar
costelas se abrem como asas
absorvendo toda disritmia do mundo quando alterado
pois ele se altera quando você o desregula
desenvolve uma maneira frenética
e tranqüila e criminosa e assassina
louca de não ter obedecido
morreu 8% do que deveria
só viveu 48 horas sem se alimentar
tomando seu calvário de suor e dor
e pernas cansadas com estomago oco e fígado estragado
apenas abandonou sua alma embaixo de um teclado negro
e após algumas quadras voltou para apanhar
e ela já estava o esperando
foi avisado a não agir dessa forma
indo embora para nunca voltar
até agora

sexta-feira, 20 de julho de 2012

... suspirou atravessando toda viela
chegou com ar de desânimo na'venida
alcançou sua carona
durante toda travessia
não contava com dinheiro algum
nestas tardes sua respiração ofegante
trazia a calma que tanto o excitava
nestas tardes seu pensamento fervilhava
através dos segundos
se impregnava "daquilo"
percebia sua tranquilidade
nestas tardes tudo corria bem
sentava ao assento de plástico rústico
e sem lugar especifico ia indo
só indo sabendo que chegaria lá
Onde? Isso não importava!
legal era ir e chegar era apenas o limite
procura-se o seguro para não se ter riscos
estar seguro há uma submissão ao que lhe traz tal segurança
para com os riscos se há apenas liberdade
E é o que  ele precisava...
afinal andava sem condições
ultrapassando e se valendo de conduções
que o levasse
alegria o tomava e o vento também ia
soprando ares livres que prenunciavam
o que havia de acontecer
em frente sempre em frente
desnutria-se em prol seus braços abertos
deixou que em seu peito repousa-se um trago mais sincero e mais longe e selvagem
pisou ao firme esperando viver logo
virou em sua visão a própria paisagem
que ansiava contemplar ou tanto vive-la
momento seco de Temor e Devaneios
uma coragem nula e confusa
que o fazia além do viver!
Irônico não pensar que era um gênio
foi só o que viu - a si mesmo
uno
dentro dos mares de ruas congestionadas
e lá vai...
Talvez não o descreva
importante não é o lugar
nem onde
enquanto cantarolou uma velha canção
a pequenina e o homenzinho conversavam na estação
cortando lábios, dedos, espinhos
mas ele fica sossegadinho esperando sua vida acontecer
e uma boa companhia pink feminina fosforescente

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Provérbio

Quanto tempo leva entre se ver no lago e sentir na pele o cristalino das àguas? Esse é o intervalo entre a sugestão e o real.